Como os benefícios estão sendo aplicados no mercado?
Os pacotes de benefícios são vantagens dadas aos colaboradores de uma empresa, com o objetivo de trazer resultados em relação ao engajamento da equipe, diminuição de turnover, aumento da produtividade e retenção de talentos. Eles estão em constante mudança por causa da percepção do mercado e dos objetivos dos profissionais, assim, a equipe de RH deve estar atenta às constantes alterações e identificar o que está alinhado com sua equipe e cultura organizacional.
Contudo apenas os benefícios tradicionais como transporte, alimentação e saúde médica não são mais o suficiente para garantir destaque à empresa, também é preciso pensar no ambiente em que seus colaboradores estão, faixa etária, objetivos pessoais e desafios profissionais. “O que serve para um negócio pode não servir para outro, principalmente se pensarmos nas gerações diferentes que integram o meio empresarial e também em como os benefícios circulam pelo mercado” orienta Rodrigo Justo, professor universitário e gerente de Recursos Humanos na Translog Transportes.
Antes, os benefícios eram vistos como coletivos, manejados de forma mecânica devido à primeira e a segunda onda da revolução industrial, com o foco em benefícios sociais distribuídos pelo governo e nos tradicionais promovidos pelas empresas privadas. Atualmente o foco está nos benefícios flexíveis, onde os trabalhadores podem escolher ou adequar quais benefícios desejam usufruir dentre uma gama já pré-selecionada pelo RH e aprovada pela empresa.
Alana Azevedo, especialista em pessoas e culturas na Flash benefícios aconselha: “os benefícios precisam conversar com a nossa sociedade atual, adversa, múltipla e atenta às diferentes necessidades de cada um na empresa. Eles são o segundo maior investimento de uma empresa, atrás apenas da folha de pagamento, por isso é indispensável que a escolha se encaixe com a realidade do trabalhador e assim garantir que ele use no seu dia-a-dia.”
A cultura da empresa
A cultura organizacional é o código de conduta de uma empresa, suas filosofias, valores e regras. Ela estimula pensamentos e ações, direcionando as práticas empresariais e refletindo a marca para o público externo. A escolha dos benefícios deve estar alinhada à cultura da empresa, transmitindo de forma clara seus valores. A boa gestão dos benefícios pode aumentar o engajamento dos colaboradores, impactando diretamente no senso de pertencimento.
“Um exemplo é que, aqui na Flash nós focamos na flexibilidade. Temos uma plataforma com sistema de pontuação onde o funcionário pode escolher onde distribuir na necessidade dele, como mobilidade, saúde ou alimentação extra. Dessa forma focamos na qualidade de vida.” conta Ana Azevedo.
Hoje em dia a pontuação é uma tendência muito presente no mercado, tendo em vista que existem uma gama de produtos que podem ser incluídos nesses pacotes de benefícios espontâneos, que vão desde cartão Uber, Ifood, até cursos extras, planos de saúde pet e outros. Entretanto, ao implementar esse modelo de pontuação é importante estar atento às leis estabelecidas pelo Ministério do Trabalho.
Regulamentação de benefícios
Alguns benefícios são obrigatórios pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), como o vale-transporte, pois a instituição tem o dever de arcar com os custos de deslocamento do trabalhador. Além disso, a empresa ganha abono ao promover saúde e alimentação ao trabalhador. Uma boa gestão de benefícios estrutura separadamente os obrigatórios dos espontâneos.
Lúcia Gordon, diretora de benefícios e cultura da Alcoa, salienta que o sindicato tem uma função importante na sociedade ao garantir direitos básicos ao colaborador. A partir das convenções a empresa pode usar esses pacotes para promover uma boa cultura e mostrar que se importa com os colaboradores e seu bem-estar.
Pesquisa na hora da escolha
A escolha dos benefícios ofertados, promove identificação e a satisfação dos colaboradores, além de retorno de investimento com a queda na taxa de turnover e a retenção dos funcionários talentos. Lembre-se que com o aumento da expectativa de vida, necessidades diferentes vão surgindo, exigindo demandas distintas.
Por isso, além da realização de benchmarking no mercado, é essencial a realização de uma pesquisa interna entre os colaboradores para que sejam ofertados benefícios de alto impacto. Ademais, benefícios geram valor aos funcionários, compensando muitas vezes um salário menor. Quer entender mais?
Salário emocional e benefícios
O salário emocional pode ser descrito como um conjunto de ações emocionais que visam proporcionar a sensação de bem-estar aos colaboradores, como uma forma de recompensá-lo pelo seu esforço e dedicação no trabalho. Trata-se de uma espécie de contraprestação baseada em retribuições emocionais que instigam nos colaboradores algum tipo de resposta ou comportamento, os benefícios fazem parte do salário emocional.
Pesquisas mostram que 63% dos líderes de RH preveem um crescimento salarial estagnado no próximo ano, dando ênfase a um aumento de iniciativas que possam motivar os funcionários, dessa maneira, investir em uma boa gestão de benefícios sem dúvidas faz toda a diferença para os trabalhadores e também em seu negócio.
Como funciona a gestão de benefícios da sua empresa? Para ter acesso a essa conversa na íntegra, confira a gravação no YouTube. Confira também outros assuntos sobre o mundo do RH no blog da Employer.
